sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

AS ESTATISTICAS E AS MORTES NO TRÂNSITO

Ano após ano as mortes no trânsito confirmam as expectativas matemáticas. 0,025% da população brasileira perde o direito à vida nas cidades e rodovias entristecendo as famílias atingidas. São pelo menos 50.000 pessoas no universo de 200 milhões de brasileiros e na maioria entre 15 e 29 anos e pelo menos a metade decorrentes de acidentes com motocicletas. A matemática não perdoa. Menos de 5% das ocorrências podem ser atribuídos a causas imprevisíveis, 95% das ocorrências são frutos do tripé imprudência, imperícia e negligência. A confirmação desta afirmação está nas ruas e não precisamos ir as rodovias para constatar a impaciência e arrogância dos condutores, o número de mortes no trânsito urbano é crescente e perceptível. Penso que a solução para o problema está ainda muito distante. O egoísmo, a necessidade de exercer o poder sobre o semelhante, a arrogância, a vontade de levar vantagem, entre outras características da natureza humana, acabam se sobrepondo a nossa capacidade de educar, punir ou despertar sentimentos mais nobres nos condutores. O comportamento nas rodovias não deixa dúvidas, mas o que temos visto nas cidades não é diferente. O desrespeito aos pedestres é apenas a ponta do “iceberg”. A relação dos veículos maiores como ônibus, caminhões e camionetas com os ciclistas e motociclistas é muito desproporcional, deixando de lado todas as regras de direção defensiva e hierarquia de responsabilidade. Nas rodovias o que vemos nas ultrapassagens feitas pelos veículos poderosos (especialmente caminhões e camionetas), é assustador. Sempre que é noticiado acidentes graves de colisão frontal há um veículo grande envolvido, e na maioria dos casos com vítimas fatais nos veículos menores. Há quem diga que o problema é falta de campanhas educativas. Estou convencido que não. A essência da questão é convencer a sociedade da importância de valorizar a vida do outro. Nenhum condutor habilitado recebe a CNH sem antes receber um importante volume de informações especificas, e mais, as mudanças na legislação vão sendo propagadas com boa antecedência e repercutidas em todos os meios de alcance da população. Não é necessário ser habilitado para saber que as ultrapassagens em local proibido e feitas sem a necessária segurança são a maior causa de acidentes e mortes nas rodovias, no entanto pouco mudou para os motoristas que insistem em correr o risco garantindo a previsão matemática de mortes. Insistimos em estimular as práticas de gentileza no trânsito propagando especialmente a direção defensiva, cortesia, preferencia e a valorização à vida, mas tenho clareza que nossa proposta se opõe aos comportamentos menos nobres sustentados na natureza humana e muito presentes no dia a dia das cidades. Penso que a educação precisa começar na família e na escola. Nossas crianças precisam ouvir sobre gentileza e importância da vida já nas primeiras experiências escolares, quem sabe assim consigamos interferir na relação das famílias tão precárias atualmente. No ensino médio a formação de condutor pode ser amadurecida como disciplina transversal (possibilidade já existe por regulamentação do CONTRAN, apenas não é aplicado pelas escolas). Essa medida elevaria a conscientização dos adolescentes de 15 a 18 anos de forma efetiva e na idade adequada. Mas apenas educar não é suficiente, punir com severidade é necessário. Há um sentimento generalizado de que crimes cometidos no trânsito não resultam na prisão do criminoso. Apesar da legislação, os resultados divulgados de julgamentos acabam por reforçar este sentimento, fazendo com que as pessoas não se incomodem e continuem colocando em risco de morte outras pessoas. Isto ocorre especialmente com os mais poderosos que acreditam ser possível ficarem livres bastando apenas ter dinheiro para pagar um bom advogado. Temos a chance de mudar a realidade, mas certamente teremos que persistir na propagação das práticas de gentileza e valorização da vida, associado a políticas de intervenção em diferentes níveis da educação e aplicação das normas legais para que os criminosos, pobres ou ricos, sejam punidos com rigor. De outra forma restará a sociedade continuar contando os mortos e ratificando os percentuais que a matemática cruelmente nos impõe. Sydnei Ulisses de Melo é coordenador do Movimento Gentileza Aracaju – www.gentilezaaracaju.amawebs.com – gentilezaaracaju@gmail.com

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

PRONTO PARA MAIS CINQUENTA ANOS

Em 01 de fevereiro completei 50 anos. Certamente precisaria de muitas páginas para relatar as experiências deste período. Filho de nordestinos, nascido em um prédio em construção na Av. Angélica no coração de São Paulo, trago nas páginas da minha história um casamento de 30 anos e a paternidade de dois grandes homens, ambos mestres nas áreas que escolheram para estudar. Do aprendizado gostaria de separar algumas dicas que fizeram diferença e facilitam a minha vida e não hesitaria em sugerir às pessoas: Tentar entender amor de pai e mãe por seus filhos é desnecessário. O que eles sentem é imensurável e inexplicável e foram criados para serem amados. Ainda que as atitudes pareçam exageradas, ame seus pais incondicionalmente. Além deles Deus ainda nos presenteou com irmãos, avôs, avós, tios, tias, primos e primas, presentes que devem ser tratados como tal. Guarde-os no melhor espaço do coração e cuide. Eles são seus para toda vida e por pior que seja a relação, preserve-os. Releve as situações, peça perdão, perdoe e siga em frente. Dos presentes de Deus, um, por certo o mais especial, você terá a oportunidade de escolher, o cônjuge. Ao contrário do pensamento médio da sociedade, esta escolha é para toda vida. Seja cuidadoso. E aconselho a observar como a(o) escolhida(o) se relaciona com a própria família. Pouco importa se há problemas, a questão é como os problemas são enfrentados. Não espere receber atenção, cumplicidade, compreensão e amor para toda a vida se não for estes os pilares que sustentam as relações familiares da(o) escolhida(o). Quando casamos nos tornamos um e cabe-nos tratar o cônjuge como a si mesmo. Ame a sua esposa(o) como gostaria de ser amada(o), dê o que você tiver de melhor e se a escolha foi acertada vocês formarão uma família feliz. Os filhos virão e por mais rebeldes que pareçam, quando maduros, vão repercutir os exemplos que você tiver dado. Seja o exemplo do que você espera deles. De honestidade, respeito e especialmente da sua dedicação a amar as pessoas. Viva intensamente cada etapa da vida deles como única, e serão realmente únicas, do primeiro passinho com a torcida e vibração da família às mais relevantes formatura e títulos, se houverem. Lembre-se que a academia não forma homens, forma profissionais, homens são formados na cozinha das nossas casas com os exemplos que recebem especialmente de pais e mães. Faça atividades físicas regularmente. A chance que temos de chegar à maturidade com saúde, qualidade de vida e muito amor para dar é se exercitando e condicionando o corpo a estar em harmonia com tudo o que você faz. Mexa-se, evite os males da idade e seja feliz. Exercite gentileza. Aproveite as oportunidades de cumprimentar, abraçar, beijar, fazer o bem às pessoas. Abençoe sempre com sinceridade e aproveite as oportunidade de elogiar. Seja cuidadoso e comedido ao criticar. Ser gentil faz bem a todos, alimenta o espirito e torna a vida muito mais agradável. Ame a Deus com a clareza de que sua vida depende exclusivamente da permissão Divina. Planeje, persiga seus objetivos, execute, mas esteja pronto para entender que tudo é mutável e relativo, e que Deus permitirá sempre o melhor para a sua vida. Enfim, me sinto pronto para trilhar a segunda etapa com alegria, paz, e muito amor. Que venham mais cinquenta anos!!! Sydnei Ulisses de Melo – coordenador do Movimento Gentileza Aracaju – gentilezaaracaju@gmail.com – www.gentilezaaracaju.amawebs.com