quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

CORRIDA DE BONS EXEMPLOS, CONFRATERNIZAÇÃO E GENTILEZAS

O ano de 2014 foi marcado por diversas corridas de rua em Aracaju. Algumas beneficentes, algumas comemorativas e outras comerciais aproveitando a disposição do povo sergipano de cuidar da saúde e se exercitar. Quando vi a movimentação para a organização da Corrida da Virada percebi que esta corrida seria diferente pela sua proposta de reunir todos os perfis de corredores em um evento de encerramento das atividades. Uma oportunidade ímpar de desejar aos amigos corredores toda sorte para o ano novo. Assim aconteceu na areia da praia de Aruana, foram mais de 250 corredores reunidos a 7h da manhã para a última corrida do ano. Faltou patrocínio para medalhas, troféus e premiações, mas sobrou vontade e bons exemplos de cidadania para coroar o evento. Quem transitou pela praia depois da corrida pode perceber a preocupação dos atletas de não deixar copos descartáveis ou qualquer lixo para trás. Cada corredor, de 5, 10 ou 15km, fez questão de carregar o seu copo até o outro ponto de hidratação ou até mesmo ao fim da corrida, exemplo que deve ser copiado por organizadores de outras corridas e pelos atletas. Levantamos cedo, corremos cada um no seu limite e nos confraternizamos para voltar a se reunir com saúde e paz no próximo ano. Seja 2015 especial para todos nós e que mais pessoas percebam a importância de cuidar da saúde e se motivem a pratica da caminhada ou corrida pelas ruas, parques e calçadões da cidade. Estou convencido que a Corrida da Virada tende a se tornar prova tradicional na cidade, o número de atletas presentes demonstrou a disposição das pessoas de se reunir na passagem do ano para a corrida de confraternização e celebração da amizade entre os corredores. Espero que os organizadores consigam sensibilizar patrocinadores para que já em 2015 o evento seja ainda melhor. E reste claro que independente de patrocínio a prova de hoje (31.12.2014), não ficou devendo nada em exemplos de cidadania e alegria dos corredores. Nós do Movimento Gentileza Aracaju, estaremos prontos para atender o chamado e ajudar no que for possível para o sucesso dessa corrida já tradicional nos nossos corações. Feliz 2015 a todas as pessoas. Sydnei Ulisses e Joselita Melo são coordenadores do Movimento Gentileza Aracaju – www.gentilezaaracaju.amawebs.com

domingo, 28 de dezembro de 2014

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

DÊ OUVIDOS A ORQUESTRA GOVERNADOR

Caro Governador, hoje, 17 de dezembro, fomos ouvir a Orquestra Sinfônica de Sergipe no Teatro Tobias Barreto. A exibição esteve entre as mais bonitas que já tive oportunidade de ver e ouvir. Nos sentimos valorizados pela dedicação e qualidade da apresentação de Carmina Burana. Um belíssimo espetáculo. As vozes do Coral completaram a beleza da apresentação e o Coral infantil deu-nos a certeza de que novos talentos estão sendo preparados para o brilho comum às estrelas. Na plateia um clima de emoção diferenciada, me pareceu consequência da incerteza provocada pela exoneração dos artistas comissionados decorrente da reforma administrativa do governo. Prezado Governador, fui um entre o eleitores que votaram para a sua reeleição e acredito na sua vontade de fazer o melhor pelo nosso Estado. Entendo perfeitamente a necessidade de “enxugar a máquina” e de escolher os quadros para o seu governo que sejam verdadeiramente comprometidos com o seu estilo. Penso inclusive que os cargos em comissão devem ser entregues ao gestor para que ele escolha, a seu exclusivo critério, assessores e secretários Penso que as medidas de redução de secretarias e cargos tem reflexos positivos na sua relação com os eleitores, afinal, um dos grandes reclamos da sociedade passa pela qualidade dos serviços públicos e o uso dos impostos pagos de forma adequada. Mas, ver a Orquestra Sinfônica de Sergipe, seu Coral e o trabalho desenvolvido nos remete a refletir sobre a importância de preservar esse trabalho e assegurar a representação cultural de Sergipe no melhor estilo. É perceptível, no olhar e na intimidade dos artistas com o público, que estas pessoas são multiplicadores de conhecimento e incentivo ao aprendizado de boa cultura por onde passam. Também é muito comum encontrá-los ensinando a arte de tocar e contribuindo com outros grupos musicais. Tive oportunidade de assistir outras Orquestras por onde passei e reconheço o valor do trabalho desenvolvido em Sergipe. Estou convencido que a interrupção deste trabalho trará prejuízo imensurável para a cultura e representação do nosso Estado. Assim, amigo Jackson, tomo a liberdade de sugerir que a reforma administrativa seja generosa com a vida da nossa Orquestra e com a manutenção dos profissionais que a compõem, para que Sergipe continue sendo bem representado na cultura e para que novos t alentos possam surgir do convívio da Orquestra com o povo sergipano. Governador, dê ouvidos a esta gente e vamos em frente. Sydnei Ulisses é coordenador do Movimento Gentileza Aracaju – www.gentilezaaracaju.amawebs.com

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O PIOR DO WHATSAPP

Não há como negar a importância dos aplicativos que podem ser baixados e utilizados no telefone celular. A linguagem, a agilidade e o baixo custo estão revolucionando as relações entre as pessoas na família, nos negócios e em tudo que fazemos. É como se ter um celular com internet e whatsapp fosse a senha para incluir as pessoas no convívio humano e assegurar que ela será vista como ser normal merecedor da atenção dos demais viventes, ainda que seja a atenção exclusivamente virtual. Eu não teria coragem de desencorajar ninguém a estar fora deste novo conceito de conhecer pessoas e fazer negócios imposto pelos pensadores e criadores de aplicativos escravagistas, sob pena de ser excluído dos meus grupos de convivência que já se encontram dependentes. Mas um aspecto me chama especial atenção: O uso inadequado e muitas vezes mentiroso vem causando problemas as pessoas e explorando a boa-fé de muitos que compartilham e acabam por avalizar as informações errôneas divulgadas por terroristas virtuais. Quando recebemos a postagem de um amigo, partimos da premissa que ele verificou a veracidade da informação e que portanto trata-se de uma questão real que devemos tratar como verdadeira, mas muitas vezes refere-se a fatos sem nenhum vínculo com a verdade que confunde e induz as pessoas a erro. Não entendo o que leva pessoas a criar fatos mentirosos, notícias falsas, calunias de toda ordem, e que lido por pessoas de bem, são compartilhados segundo a conveniência de cada um com o aval necessário para continuar a multiplicação da mentira. Sei que os compartilhamentos ocorrem na mais boa-fé, mas são prejudiciais ao coletivo e criam verdadeiros ambientes de terror nas redes sociais, especialmente no mal fadado whatsapp. Sempre que possível tento alertar as pessoas publicando o contraponto verdadeiro e chamando a atenção para a mentira veiculada, mas por óbvio a capacidade aritmética de quem se preocupa com a verdade fica muito longe da capacidade geométrica de propagar a mentira e o terror virtual. Minha sugestão é que nenhum post seja compartilhado antes de ter conferido a origem da notícia e a veracidade do que está sendo divulgado, de outra forma seremos massa de manobra para pessoas do mal. E fazer a conferência é relativamente fácil, basta pegar parte do texto e consultar um dos sites de busca. Pronto! Se for verdade você encontrará registrado em fontes confiáveis como agências de notícias. Se for mentira, quase sempre já tem alerta na internet. Nossos amigos merecem cuidado e verdade, evite compartilhar notícias sem consultar e assegure a credibilidade das informações que você veicula no whatsapp ou em qualquer outro aplicativo de relacionamento. Sydnei Ulisses de Melo é coordenador do Movimento Gentileza Aracaju www.gentilezaaracaju.amawebs.com

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O NATAL E A GENTILEZA

Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio...Assim Paulo definiu os frutos do espirito para os seguidores de Jesus nas igrejas da Galácia. Estar em conformidade com os ensinamentos de Jesus passaria pelo exercício e aprendizado dos predicados elencados por Paulo. O segundo mais importante mandamento Cristão: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, aliado aos frutos do espirito remete-nos ao que precisamos fazer para espelhar a maior referência de gentilezas da humanidade, Jesus Cristo. O mandamento é suficiente em si mesmo, tratar o próximo como gostaríamos de ser tratados é a grande questão que deve ecoar dentro das famílias, no trabalho, no trânsito e em todos os grupamentos humanos. Eu, por exemplo, acho especial ser cumprimentado ao acordar com os votos de um dia abençoado. Tomar o café da manhã saboreando a companhia da esposa e dos filhos quando possível. Ouvir e ser ouvido sem julgamento e quando necessário receber aconselhamentos respeitosos e verdadeiros. Bom é ser elogiado com generosidade e criticado em pequena medida, somos imperfeitos e o exagero na crítica em nada contribui para a boa convivência e formação das pessoas. No trabalho podemos acrescentar as características imprescindíveis ao bom relacionamento entre as pessoas. Parta sempre do princípio da boa-fé, acredite que os colegas estão sempre dando o melhor e esteja disposto a servir. A boa semeadura resulta bons frutos, assim, estar disposto a ajudar e ensinar, terá retorno com a disposição das pessoas em somar, resolver, produzir e especialmente reconhecer a necessidade de estar em harmonia com as pessoas e os interesses coletivos. No trânsito, amar o próximo como a si mesmo, pressupõe valorizar a vida das pessoas e se antecipar aos acontecimentos. Tecnicamente os profissionais de trânsito chamam de direção defensiva. Os 604 mortos de 2013 não foram suficientes para sensibilizar a sociedade sergipana e número igual ou maior será mais uma vez registrado durante 2014. Os olhos de quem ama próximo e se diz adorador de Jesus Cristo, passa necessariamente pelo respeito a presença do pedestre dentro ou fora da faixa, do cuidado com os ciclistas, da redução de velocidade a níveis adequados ao limite da via, enfim, da direção responsável que não mata, que preserva a vida, que evita o sofrimento. Neste Natal faça mais que discursar, orar e dar presentes, considere as mudanças necessárias para que sua vida seja inspirada pelo Espirito Santo de Deus e você possa oferecer ao mais importante aniversariante da humanidade, Jesus Cristo, a sua vida, suas condutas e a pratica de Gentilezas no melhor estilo Paulino. Sydnei Ulisses de Melo coordena o Movimento Gentileza Aracaju www.gentilezaaracaju.amawebs.com

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

terça-feira, 11 de novembro de 2014

GENTILEZA NA ESCOLA PUBLICA

Nesta terça-feira, (11), Sydnei Ulisses e Joselita Melo, atendendo convite, desenvolveram o tema “Gentileza Gera Paz no Trânsito” com o grupo de alunos da Colégio Estadual Senador Jose Alves do Nascimento no bairro Coqueiral em Aracaju. A pratica da Gentileza como forma de melhorar as relações na família, no trabalho e no Trânsito, recebeu ênfase especial e os alunos puderam tirar dúvidas e entender a importância de cuidar para que a vida seja valorizada. Só em Sergipe foram 604 mortes no trânsito em 2013 e 50% das vítimas são jovens de 15 a 29 anos. Cuidados com o uso de bicicletas, condutas necessárias e respeito à Lei de Trânsito foram destacados e os adolescentes orientados. “Nossa expectativa é que os adolescentes sejam capazes de perceber as situações de perigo e assim consigam evitar acidentes sendo multiplicadores destes cuidados nas famílias. Foi um grande prazer fazer esta palestra na semana em que celebramos o dia mundial da gentileza (13)”, afirmou Sydnei Ulisses que faz parte da coordenação do Movimento Gentileza Aracaju”

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

13 DE NOVEMBRO – DIA MUNDIAL DA GENTILEZA EM ARACAJU

Suponho que ninguém tenha dúvidas quanto aos benefícios das práticas de gentileza. Ser cuidadoso no trato com os familiares, esposa, filhos, pai, mãe, irmãos resulta sempre na melhora da qualidade das relações. É determinante que alguém tenha a iniciativa da aproximação e que o abraço, o beijo, o carinho, tenha o volume de espontaneidade de quem se dispõe a amar o próximo. No trabalho a situação é muito semelhante, gentil é aquele que se dispõe a ajudar, ensinar, apoiar, e tornar a carga de trabalho do coletivo mais leve para todos. Pessoas com maior capacidade de servir são sempre mais gentis e geralmente são bons líderes. Ultrapassado é supor que o bom líder é o que manda, liderar é ter a confiança do grupo, fazer junto e ter o respeito das pessoas. O trânsito certamente nos dá a maior possibilidade de exercício das práticas de gentileza. Todos sabemos o quanto a falta de cuidado e de amor à vida, provoca nas ruas e rodovias das cidades. Em Aracaju o número de mortes é crescente e só atropelados já somam mais de 20 em 2014. O Estado totalizou 604 óbitos por acidentes de trânsito em 2013 e certamente vamos fechar 2014 com números também absurdos. Preocupa-nos o trânsito vez que é possível contabilizar ano após ano o crescente número de mortes, mas entendemos que em todas as áreas da vida é possível e necessário sermos mais cuidadosos em fazer e proporcionar o bem a outras pessoas, poupando-lhes inclusive a vida. Dia 13 de novembro é reconhecido como o dia Mundial da Gentileza e certamente muitos militantes de movimentos com a mesma proposta do Movimento Gentileza Aracaju, estarão mobilizados para sensibilizar pessoas da importância de respeitar as emoções, os espaços e especialmente surpreender pessoas com atitudes de cordialidade, respeito, reconhecimento e manifestações sinceras de amor ao próximo. Vamos aproveitar a data para incomodar a sociedade a reflexão, precisamos considerar que estão em falta valores básicos e essenciais a boa convivência, e podemos começar imediatamente a considera-los. Nosso desafio é começar em casa, inicie o dia 13 abraçando sinceramente as pessoas de casa, lembre o cônjuge e os filhos do amor que você reserva a eles. Diminua a velocidade no caminho ao trabalho, evite a buzina, experimente parar na faixa sempre que um pedestre tiver iniciado a travessia. Lembre-se que a sua condição de condutor se limita ao tempo em que você está dirigindo, fora dele você também é pedestre. E ao chegar ao trabalho avalie o que pode ser feito para melhorar as relações e a qualidade do ambiente, por óbvio após ter cumprimentado os colegas com um sincero e caloroso bom dia independentemente da posição que você ocupa. Claro que se você for o chefe será ainda melhor, afinal nada é mais eficiente que o testemunho dos que podem mais. Enfim, temos todas as possibilidade de fazer do dia 13 de novembro uma data realmente especial e tornar a nossa querida cidade muito mais agradável para os que habitam por aqui. Gentileza Gera Gentileza – nós cremos e propagamos esta idéia! Sydnei Ulisses é coordenador do Movimento Gentileza Aracaju – www.gentilezaaracaju.amawebs.com – gentilezaaracaju@gmail.com – 79 99991505

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

SOU FILHO DE UMA ALAGOANA E NETO DE SERGIPANOS E TENHO ORGULHO DESSA GENTE - Por Sydnei Melo

Sou filho de uma alagoana e de um paulista que, por sua vez, é filho de uma sergipana. Minhas raízes tangem as margens do São Francisco. Aquele rio é lindo. É uma das coisas mais bonitas que já vi na vida. Uma vez, tive a oportunidade de tomar uma barca e navegar por umas duas horas e meia, talvez um pouco mais, até chegar em uma vila, a Ilha de São Pedro. É uma demarcação. Ali vivem xocós, um grupo indígena. Os traços não são exatamente de índios como estamos acostumados a ver - especialmente por suas relações com grupos quilombolas, comuns na região - e a aldeia é razoavelmente urbanizada. Mas afinal, índio não é índio porque tem olho puxado e anda de tanga. Índio é índio por que se reivindica como tal, porque se enraíza em sua terra, porque constrói essa identidade. Meu bisavô paterno viveu ali, e teve seus filhos. Entre eles, meu avô. Naquele sertão de Porto da Folha, não enxergava muito futuro. Tinha que descer. Casou, e veio com minha avó pra São Paulo. Chegaram praticamente sem nada. Cuidaram dos dois primeiros filhos - o segundo era meu pai - em uma construção inacabada. Foram melhorando de vida pouco a pouco, sempre com as dificuldades de quem sai de trás da linha de partida enquanto tentam te iludir dizendo que "todos são iguais perante a lei". Meu avô era pau pra toda obra: foi motorista, taxista, pedreiro, isso pelo que me lembro. Fez de tudo um pouco. E até hoje, na casa dos 70, não se imagina sem fazer um esforço: "trabalhar é bom", diria ele. Minha mãe tinha um ano e meio quando veio carregada pra São Paulo. Se chorava ou sorria, provavelmente não sabia porque. A conta era ela e mais treze: mãe, pai, tios, irmão - tudo em família, se enfiando em um ônibus, tipo desses que até hoje carregam boias-frias por aí. 14 dias de viagem desde Limoeiro até chegar em Suzano, onde viveria parte da infância. Meu avô materno se tornou caminhoneiro, e ao que me consta minha avó - que faleceu antes de eu aparecer na história - era dona de casa. Não conheci minha avó materna, mas aprendi uma coisa com ela (ou melhor, deveria ter aprendido): a gente pode ser pobre, mas tem que ser limpinho. Minha mãe fez estágio com ela. Deve ser por isso que, quando eu tinha 7 anos, já me botava pra lavar o banheiro de casa. As duas famílias vieram pra SP nos idos de 1960. Eram tempos de forte tensão política. Meu pais nasceram um ano depois do golpe. Diz meu pai, mais especificamente, acreditar que metade de seus amigos de infância, em duros tempos no Capão Redondo, morreram antes de completar os dezoito anos. Se a polícia baixa o cacete na negrada da periferia até hoje, imagina o que fazia quando não existia democracia no país. Meus avós, dos dois lados, trabalharam muito. Labutaram para conseguir transmitir um mínimo de cidadania e incutir na cabeça de meu pai e minha mãe um básico sobre a reivindicação de suas dignidades. Ninguém teve vida fácil. Fizeram parte, assim, da leva de trabalhadores nordestinos que desceram para baixo dos trópicos não apenas naquela década, mas praticamente nos últimos quarenta anos. Ajudaram a formar vilas e bairros que, hoje, são praticamente redutos nordestinos na cidade. Redutos, porém, distantes: nos prédios da Avenida Paulista não havia espaço pra plebe que não fosse aquele garantido pelo martelo e pela britadeira. A possibilidade era um trabalho. A segurança e o salário digno, outros quinhentos. Eram três horas de trânsito e transporte público apertado. A periferia tinha sotaque do norte. E que ficasse ali. A história da construção de SP é a história do papel fundamental dos migrantes neste processo. Estrangeiros foram vários, de japoneses a italianos. Mas veio gente de dentro do país também. Do nordeste. Muita gente do nordeste, que trabalhou muito e trabalha muito até hoje. Gente pra caramba. Encerradas as apurações que determinaram o quarto mandato petista no governo federal, perceber que, mesmo entre as pessoas que vejo circular nas redes e com as quais tenho alguma relação, há uma nível bárbaro de estupidez que permeia a visão dos "enlutados" em relação aos nordestinos - ou melhor, à "cambada de preguiçosos que vota no PT por causa do bolsa-família" - é assustador. Não sinto que é apenas uma ofensa contra "os nordestinos". É uma ofensa contra eu, meu irmão, minha família, minha história e a história de uma população muito expressiva que, entre tantas outras, foi espoliada por governantes, empresários e toda uma burguesia tropical que marca o estado de SP e sua aguda vocação para a exploração da mão-de-obra alheia. Meu sangue ferve. Sangue sertanejo, fundado no pó da terra seca, vivido por gente de luta e que derramou muito suor para garantir, por exemplo, que eu, hoje, tivesse condição de trabalhar, estudar e, consequentemente, contribuir para que mais pessoas consigam enxergar um horizonte de perspectivas para suas vidas. Para muitos destes que declamam sentimentos xenófobos, acredito mesmo, existe a chance da persuasão. O debate e a disputa de consciência é fundamental. Porque preconceito não nasce com a gente, preconceito se aprende. E se desconstrói também. Mas contra outros, especialmente os fascistas, só é possível proceder ao bom combate - regulamentando as punições, reduzindo seus espaços, tornando-os vozes solitárias. E não podemos ser românticos: a humanidade tem uma incrível capacidade pra fazer idiotices. Homens e mulheres do tipo que gosta de destituir miseráveis de sua humanidade, existem aos montes. A batalha contra estes é dura. Esta é parte da minha história. E me orgulho dela. Sydnei Melo é Cientista Social http://sydnei-melo.blogspot.com.br/2014/10/sou-filho-de-uma-alagoana-e-de-um.html

domingo, 26 de outubro de 2014

VIVA A DEMOCRACIA! VIVA AO POVO BRASILEIRO!

Votação encerrada, votos contados e presidente eleita. Pronto! Encerramos mais esta etapa do exercício de democracia existente no nosso Brasil, Graças a Deus. A campanha foi dura e os partidário se desgastaram muito. Chegou a hora de diminuir a paixão e deixar prevalecer a razão para seguir em frente. Somos um Sergipe, um Brasil, um povo que precisa produzir e contribuir para que a Presidente Dilma consiga fazer as mudanças necessárias. O primeiro discurso, emocionado, deixou claro a disposição da Presidente em fazer as reformas necessárias, e concordo com ela que a mais importante é a política. Durante a campanha a satanização do PT como se tivesse inventado a corrupção foi a principal plataforma da oposição, e sem hipocrisia todos sabemos que enquanto o financiamento de campanha receber recurso privado, a corrupção vai continuar como sempre existiu em todos os governos. Os candidatos dirão que só usam os valores declarados e a sociedade fará de conta que acredita. Precisamos atender o chamado para a reforma política. Devemos estar atentos para entender a importância deste momento para o povo brasileiro. Por óbvio só a reforma política não será suficiente, precisamos também de uma reforma que só pode ser feita pelos cidadãos, em cada família, em cada empresa, em todos os segmentos, a reforma de valores. Temos a oportunidade de sair do discurso de que todos são desonestos para a pratica da honestidade, na família, no trabalho, nas igrejas, em todos os grupamentos de pessoas para realmente interferir nos valores praticados pela sociedade. Tenho claro que o discurso acirrado de que todo político é ladrão, que só é possível gerir empresa sonegando imposto e tantos outros discursos comuns, nada mais são que a forma das pessoas justificarem as suas práticas. “Todo mundo faz, todo mundo rouba, então qual é problema?” A questão é que a hipocrisia e a desonestidade se perpetua e a sociedade não muda. Se queremos realmente mudar a qualidade da sociedade com vistas a serviços públicos de qualidade, boa educação, saúde, transportes, segurança, temos que iniciar imediatamente a revolução social, de outra forma os avanços acontecerão mas serão sempre de forma lenta e sofrida para as pessoas que mais precisam. A democracia prevaleceu e o pleito foi encerrado dentro do melhor padrão de paz, mas se queremos mais para o Brasil precisamos ser instrumentos de luta pelo que queremos, não somente tomando ruas e fazendo grandes atos, mas agindo com comportamento cidadão onde as pessoas a nossa volta sejam respeitadas e todo tipo de desonestidade seja extirpada das nossas vidas, seja recebendo dinheiro para a campanha eleitoral em caixa dois, seja estacionando sem justificativa em vaga de deficiente. Sigamos em frente para o bem das futuras gerações, saúde e paz para todos os brasileiros. Sydnei Ulisses Coordena o Movimento Gentileza Aracaju – gentilezaaracaju@gmail.com www.gentilezaaracaju.amawebs.com

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

VISTA BRANCO PELA PAZ NO TRÂNSITO

A história se repete, os anos passam e a violência no trânsito continua fazendo milhares de vítimas nas cidades, grandes e pequenas, atingindo todas as faixas sociais e todos os níveis de formação. Vemos que o trânsito não é seletivo e ceifa gente de todos os credos, raças, cor, é assim. Temos a expectativa de que a intervenção de campanhas educativas sejam capazes de solucionar o problema e passamos parte do nosso precioso tempo aguardando medidas milagrosas que não chegam. Também acreditamos que as escolas e as empresas podem e devem intervir na formação das pessoas no tocante ao trânsito, e isso também não acontece, mesmo restando claro que acidentados do trânsito oneram o Estado mas oneram também as empresas que perdem seus colaboradores. O número absurdo extrapola as 50.000 vítimas ano no Brasil e no pequeno Sergipe passaram de 600 vítimas em 2013. A expectativa é que o número seja ainda maior quando contabilizados os mortos de 2014. Em Aracaju, até agosto, 20 pessoas já tinham sido mortas em atropelamentos e é provável que sejam mais de 100 pessoas no total do trânsito da capital. Esperamos também o endurecimento das medidas punitivas e algumas até estão acontecendo como é o caso da Lei seca, mas tudo é insuficiente se a sociedade deixar de fazer a sua parte se conscientizando da importância de valorizar a vida e praticar gentilezas em tudo o que fazemos, inclusive no trânsito das cidades. Neste sábado, 20 de setembro de 2014, queremos mobilizar a cidade de Aracaju para refletirmos sobre o tema e manifestarmos a nossa vontade de que os números sejam reduzidos para o bem das famílias sergipanas. Convidamos a todos que, neste sábado 20 de setembro, vistam branco pela paz no trânsito. Vista a camisa branca e vá para o trabalho, para a escola, para as reuniões de toda natureza, mostre-se comprometido com esta causa para que a cidade, mais alva, por fora e no coração, queira ponderar sobre as práticas de reduzir a velocidade, se antecipar aos acontecimentos quando percebemos a situação de perigo, especialmente envolvendo pedestres, ciclistas e motociclistas por serem os mais vulneráveis nesta pirâmide. Junte-se a nós, vamos juntos mobilizar os condutores no semáforo da Francisco Porto e frente ao calçadão da 13 de julho, no sábado 20 de setembro das 9 às 12h. Venha de branco e vamos fazer a nossa parte. Sydnei Ulisses e Joselita Melo – coordenadores do Movimento Gentileza Aracaju – 79 99991505 gentilezaracaju@gmail.com www.gentilezaaracaju.amawebs.com

sábado, 23 de agosto de 2014

AS MORTES QUE NÃO INCOMODAM

Dos 108 atropelamentos ocorridos em Aracaju até hoje (23 de agosto), resultaram 20 mortes. A informação divulgada em um telejornal mostra a indiferença das autoridades e da sociedade para o fato. Morreram sim e vão continuar morrendo, é até o final do ano, entre atropelados e vítimas de colisões serão próximo de cem só em Aracaju. Para o Estado todo, o número será multiplicado por pelo menos 6 vezes a exemplo dos 604 mortos apontados na estatística de 2013. E que diferença isso faz? Se considerarmos a fragilidade das ações do poder público no tocante a sensibilização e educação de pedestres e condutores, e mais, a indiferença e falta de comoção das pessoas com o numero absurdo de mortos, me convenço que esta situação não faz a menor diferença. Me solidarizo ás famílias que enterraram seus entes queridos. São elas que tem a exata dimensão da tristeza provocada pela perda de pessoas dos mais diferentes perfis, idosos, jovens, sim porque as mortes no trânsito são seletivas e as vítimas são na maioria, pessoas com mais dificuldade de mobilidade (idosos) e de jovens movidos pelo ímpeto de correr risco, especialmente como condutores. Imaginem a repercussão da queda de um avião com vinte mortos em Sergipe, passaríamos semanas discutindo a queda e toda a sociedade estaria comovida com o ocorrido. Já com as vítimas de atropelamentos, amanhã mesmo ninguém mais comentará a carnificina. Enquanto as ações de combate a violência no trânsito estiverem focadas em panfletagens eventuais, exposição de veículos batidos e blitz educativas, certamente não vamos a lugar nenhum. Só acredito em mudanças concretas se as famílias e as organizações que ajuntam pessoas forem incomodadas. As empresas precisam serem convocadas a incluir o tema nas Semanas Internas de Prevenção de Acidentes como forma de conscientizar seus colaboradores e evitar afastamentos e perdas. É sugestivo que os templos religiosos convoquem seus fiéis para discutir o tema pelo menos uma vez por ano. A violência não verifica credo e mata pessoas de todas as idades e convicções. Penso ainda que a mobilização de religiosos pode resultar de forma mais efetiva na conscientização das famílias que qualquer ação do poder público. Tenho clareza que o nosso problema não passa pela legislação, temos um Código de excelente qualidade. Falta-nos mesmo a capacidade de sermos defensivos e entendermos que atropelar, colidir, matar e morrer é consequência da nossa indiferença. Sydnei Ulisses é instrutor de trânsito e coordenador do Movimento Gentileza Aracaju – www.gentilezaaracaju.amawebs.com

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

PAGAMENTOS EM CARTÕES – GARANTIAS PARA O COMÉRCIO E PREJUIZO PARA O CIDADÃO

Há alguns anos as alternativas para pagamento eram basicamente dinheiro ou cheque. Comum era assistir matérias que denunciavam o sofrimento dos comerciantes frente a incidência de cheques sem fundos, sempre superiores a 10% dos valores pagos. Interessante era que, apesar dos prejuízos conhecidos, nenhum fornecedor se encorajava a recusar os pagamentos em cheque ou cobrar valores diferenciados segundo a modalidade do pagamento. As tecnologias fizeram avançar o uso do dinheiro de plástico para débito e crédito, as folhas de cheques estão fadadas a extinção e o pagamento em dinheiro virou ato para os mais corajosos que se arriscam a trazer na carteira cédulas de real. Para o comerciante a segurança aumentou em todos os sentidos, a redução da cédulas nos caixas diminuíram os prejuízos nos casos de assaltos e a certeza de que o dinheiro estará creditado na conta de pagamentos esvaziou as matérias jornalísticas que apontavam os prejuízos dos pagamentos em cheques. Apesar das vantagens proporcionadas ao comercio o mercado tratou de prejudicar os consumidores com práticas de repasse de custos inerentes as garantias dos cartões. Fala-se até em Projeto de Lei para regulamentar a pratica de cobrar mais caro de quem paga com cartão. Verdade é que o respeito a clareza, precisão e ostensividade nas informações, sobretudo do quesito preço á vista, nunca foi respeitado pelo comércio. Logo, é indiscutível que se o comércio informa um preço e se dispõe a oferecer descontos para os pagamentos em dinheiro, está cobrando valores inerentes ao pagamento a prazo. O pagamento com cartão de débito e credito para o vencimento extingue a relação de consumo no ato do pagamento e não pode ser tratado como pagamento a prazo. Todo comerciante que informa preços esperando que o consumidor solicite o desconto, fere o princípio da clareza da informação obrigando o consumidor a fazer cálculos ou se submeter a auxilio do comerciante para ter acesso a mais elementar informação, o preço. E ainda se o consumidor não estiver atento e não exigir, acaba por pagar em dinheiro, com valor acrescido de custos não informados. No frigir dos ovos o advento dos cartões diminuiu o risco de perda dos comerciantes em bom percentual, e mesmo assim, o comercio insiste em querer legalizar a pratica nociva de preços diferenciados. Minha expectativa é que ao invés disso os órgãos de defesa do consumidor passem a fiscalizar o direito à informação clara, precisa e ostensiva, sobretudo sobre preço, da forma preconizada pelo Código de Defesa do Consumidor. Sydnei Ulisses de Melo coordenou o Procon de Ribeirão Preto de 2001 a 2004 sydneiulisses@gmail.com

segunda-feira, 12 de maio de 2014

GENTILEZA ARACAJU PARTICIPA DE FORUM PARA COMBATE A VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO

Nesta manhã (12) participamos do Forum Aracajuano contra a violência promovido pelo Rotary Club de Aracaju . Como coordenador do Movimento Gentileza Aracaju, pudemos opinar com sugestões de ações para diminuir a violência e os numeros de vitimas que são alarmantes em nosso Estado. Visite nosso site www.gentilezaaracaju.amawebs.com e participe conosco desse trabalho de conscientização da sociedade. Sydnei e Joselita Melo - coordenadores

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Perdemos 604 vidas para o trânsito sergipano em 2013

Os números continuam assustadores apesar da diminuição se comparado ao ano de 2012 quando 708 vidas foram ceifadas. Se fizermos uma pesquisa de opinião para entender o que justifica números tão altos, vamos ouvir de tudo: responsabilização do governo, legislação que não oferece punições efetivas, condição das vias e outros motivos que estão no senso comum. Acredito que estes aspectos realmente interferem na perpetuação da violência do trânsito brasileiro, mas penso que além de sensibilizar os legisladores e as autoridades para tornar a fiscalização e as punições de fato efetivas, precisamos dedicar tempo para discutir o trânsito e a valorização da vida em núcleos sociais que interferem na formação da opinião das pessoas. Já existe regulamentação para que as escolas do ensino médio ofereçam o curso de formação de condutores na grade extracurricular beneficiando os alunos com a possibilidade de prestar a prova necessária a habilitação sem participar do curso teórico das auto escolas. Além de agregar valor, os alunos receberiam formação de qualidade antes dos 18 anos e certamente teríamos jovens mais conscientes da necessidade de valorizar a vida. Infelizmente desconheço que tenha alguma escola em Aracaju utilizando o benefício da legislação. A conversa também precisa ser feita na família, o que vemos com frequência são crianças sendo conduzidas no colo, como condutores, já nos primeiros anos de vida. A maioria dos pais serão pressionados pelos adolescentes, muitos se renderão aos caprichos e seus filhos irão as ruas sem habilitação com grande chance de tornarem-se registro de estatística. Sabemos que os líderes religiosos exercem grande influência sobre seus seguidores, e entendo que seja necessário utilizar também estes espaços para promover a conscientização das pessoas. Por óbvio não estou propondo que os cultos tenham suas rotinas alteradas em função dos assuntos extraordinários, mas propiciar um momento para a discussão do tema pode ser de bom tom, afinal, a tragédia não consulta credo, e atinge pessoas das mais variadas religiões. Tratar o assunto nas empresas é imprescindível. Acidente de trânsito no percurso do trabalho é acidente de trabalho, logo, especialmente as empresas que tem em seus quadros ciclistas e motociclistas, precisam tratar o tema com atenção. As SIPAT – Semanas Internas de Prevenção de Acidentes – pode ser o melhor momento para o desenvolvimento do tema e conscientização dos colaboradores. Penso que só teremos mudança significativa na realidade do trânsito brasileiro quando convencermos famílias, escolas, igrejas e empresas da importância de preservar vidas a partir da conscientização de todas as pessoas. Cidadão mais consciente resultará condutor mais consciente e exigente. Neste momento nossos representantes serão mais responsáveis e as alterações na legislação se darão com menos demagogia e mais compromisso com a mobilidade e a vida. Sydnei Ulisses de Melo é coordenador do Movimento Gentileza Aracaju www.gentilezaaracaju.amawebs.com

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Noticias do Movimento Gentileza Aracaju

Prezados, Ontem a noite (14 de janeiro) " Caminhamos por gentileza" no calçadão da Treze de Julho. Tivemos o apoio da TV Atalaia com uma excelente matéria. Na próxima terça-feira estaremos novamente reunidos para a caminhada - às 20h30 no dog express próximo a mirante. Junte-se a nós. Veja o link da matéria e entenda o proposito deste movimento http://a8se.com/tvatalaia/je1/22627/movimento-gentileza-gera-gentileza.html#video Veja também o nosso site: www.gentilezaaracaju.amawebs.com