domingo, 28 de dezembro de 2008

Poluição sonora no trânsito - buzinas

poluição sonora 22.12.08

BUZINAS EM ARACAJU

Para condutores e pedestres o trânsito de Aracaju tem se mostrado cada vez mais poluído e perigoso. Dos inúmeros problemas que observamos com facilidade no dia a dia da cidade, o uso ilegal e desrespeitoso das buzinas tem chamado a atenção especialmente.
Assegura o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que a buzina deve ser usada na cidade em toque breve, exclusivamente para advertir risco de acidente, e que o uso prolongado e sucessivo é infração de trânsito com registro de três pontos no prontuário e multa de R$ 53,21.
Os microônibus que circulam na região central da cidade parecem ser orientados a promover distúrbios e a chamar a atenção com as buzinas estridentes. Elas são usadas para cumprimento entre os iguais, para protestar contra a presença de veículos menores e até para assustar pedestres que estejam em travessia de vias.
Afirma a resolução do Contran que estas buzinas, medidas com equipamento próprio a 7 metros de distancia, não podem produzir ruídos superiores a 93 decibéis, sobretudo em Aracaju que possui legislação ainda mais restritiva (55 decibéis). Tal afirmação me permite ficar a vontade para cobrar atitude das autoridades responsáveis pela fiscalização.
Outro dia me incomodei com a buzina exagerada de um microônibus da Coopertalse quando transitava pela Rua Laranjeiras e reclamei com o condutor. Para meu espanto fui perseguido por pelo menos trinta metros ouvindo-o disparar a buzina sucessivamente como se quisesse me punir por ter reclamado da sua postura ilegal.
Mas não são apenas os condutores de veículos maiores, que se julgam donos da via, os únicos causadores destes excessos. Automóveis e motocicletas, sugerindo estarem dirigindo defensivamente, disparam suas buzinas nos cruzamentos como se fosse possível parar outro veículo ou fazer as pessoas alçarem vôos e saírem da faixa de pedestres para não incomodarem os apressados.
Esquecem-se que ameaçar pedestre, especialmente quando estão na faixa própria, mesmo que o sinal já esteja aberto, é infração gravíssima e pode resultar multa e pontos na carteira. Também desconsideram que o condutor torna-se pedestre assim que desce do carro perdendo a garantia da armadura de lata para viver a fragilidade dos simples mortais.
Fato é que estes problemas decorrem da falta de educação para o trânsito e acredito que a maioria dos motoristas jamais tiveram a oportunidade de discutir com seriedade o prejuízo que estão causando às demais pessoas que estão no trânsito e são importunadas por eles.
Nos últimos dias tenho observado movimentação do Ministério Público, órgãos do Estado e do Município sinalizando preocupação com a poluição sonora. Fala-se inclusive em fiscalização e punição para infratores. Espero que as buzinas ensurdecedoras dos microônibus, entre outros, sejam consideradas nestas iniciativas passando pela necessária fiscalização e adequação, proporcionando um pouco de paz aos condutores e pedestres.

A crise e a especulação

consumo 08.12.08

A QUEM INTERESSA A CRISE?

Nos últimos dias temos ouvido o anúncio do caos na economia mundial. Governos de inúmeros paises em todos os continentes anunciam ajudas milionárias aos "pobres" banqueiros que sinalizam a quebradeira em prejuízo de toda a sociedade.
Mas afinal a quem interessa a proclamada crise econômica? Dê certo não é aos trabalhadores que deixam suas casas diariamente, lotam fábricas e comércios, produzem por horas a fio e não dão conta de entender o que está acontecendo.
Apesar dos insistentes anúncios feitos pelo Presidente Lula de que o comércio será incentivado com linhas de crédito direto ao consumidor, sobretudo no mês de dezembro e inicio de 2009, e a garantia de recursos para os programas habitacionais que nunca estiveram tão fortalecidos, percebe-se uma certa intranqüilidade no mercado com sinais de retração.
A população precisa se dar conta de que a crise afetará o Brasil na exata medida dos nossos medos e crenças. Se acreditarmos que devemos guardar os nossas economias adiando planos, deixando de comprar bens necessários e até os presentes de natal, aí sim a crise baterá a nossa porta.
Comércio que não vende demite comerciários, indústria que não vende demite industriários, trabalhadores sem emprego consolidam a tal crise que só interessa àqueles que vivem da especulação do dinheiro, de taxas de juros, de crédito caro e outros formas de ganho dos endinheirados espalhados pelo mundo.
Como militante da defesa do consumidor quero deixar claro que não estou pregando o consumo desmedido, apenas acredito que as pessoas devem viver suas vidas sem medo de ser feliz, a realidade brasileira se diferencia no contexto mundial e ainda que o momento não permitisse tal certeza, sabemos que as crises econômicas resultam da luta de interesses dos que produzem e dos que especulam.
Vejam que mesmo com os tantos anúncios de ajudas a bancos e grandes industrias, especialmente as automotivas, continuam os rumores de que haverá desemprego, aumento dos juros, diminuição do crédito, recessão, sofrimento. A fome mundial sumiu da pauta, discute-se apenas a fome dos banqueiros.
Valorize seu dinheiro, compare preços, seja exigente na escolha da qualidade dos produtos, dê preferência para o pagamento à vista com a pechincha necessária, se for comprar a prazo compare parcelas partindo do mesmo numero de vezes, mas compre o que for necessário. A crise tem o tamanho que quisermos que ela tenha e se fortalecida poderá comprometer inclusive os nossos empregos.

Agradecimento a Ribeirão Preto

17.09.08
Agradecimento
Amigos em Ribeirão...Para sempre!


Vivi muitos e bons momentos em Ribeirão Preto, dediquei 18 anos da minha vida ao trabalho de defesa da cidadania, direitos dos consumidores, respeito a crianças e adolescentes, combate à fome e tantas outras necessidades flagrantes da cidade que me acolheu.
Em 1989 cheguei à cidade para conquistar novos espaços, trabalhar, educar meus filhos e quiçá registrar a minha passagem com exemplos de dedicação e compromisso com o povo ribeirãopretano.
Em 1993, a convite do então superintendente do Daerp, o amigo Donizeti Rosa, executei minha primeira missão na vida pública (e sempre entendi assim...), chefiando o setor de compras do departamento. Por várias vezes fui convocado a dar a minha contribuição a cidade sendo o ápice a coordenação do Procon de 2001 a 2004.
Apresentei meu nome ao apreço dos eleitores em 2004. Com pouco recurso, mas com muita determinação, fui reconhecido por 1980 cidadãos que me garantiram a suplência da vereança na Câmara Municipal. Tal reconhecimento se expira em 31 de dezembro próximo.
Fiz muitos amigos e seria impossível nomeá-los, exceção que abro aos Mario(s) (Sangali – saudoso irmão, Ciamplaglia, Potim). É curioso como os amigos Mario(s) estiveram presentes na minha vida durante a permanência na cidade. Sinto saudades de Newton Mendes Garcia, Samuel Ferreira, pessoas que me ensinaram a se portar na política e na vida espiritual respectivamente.
Em fevereiro de 2007 parti para novos desafios, desta vez em Aracaju, capital do pequeno Sergipe. Tomei o cuidado de não alterar o meu titulo de eleitor para garantir que se fosse convocado a representar o povo ribeirãopretano, pudesse fazê-lo. Agora me vejo pronto ao engajamento integral na vida política e social da cidade que abriu suas portas para os Ulisses de Melo, o que nos faz imensamente gratos.
De certo continuarei escrevendo sobre consumidor, trânsito e outros assuntos que me atrevo a opinar, mas acredito ser este meu último texto em que arrisco comentar minha trajetória e a política da cidade.
Se em 05 de outubro pudesse estar em Ribeirão, certamente confiaria meu voto ao Sabino, homem que convivi por bom tempo e que pode contribuir muito para preencher o vácuo político do último período. Para vereador votaria e indico Jorge Parada, seja qual for o resultado na disputa para o cargo de mandatário da cidade, a Câmara não pode prescindir da experiência e combatividade de Jorge, sem ele o desmonte da saúde ensaiado por Gasparini e seus comandados teria sido ainda pior.
Agradeço a Deus por ter permitido a minha estada na bela e iluminada Ribeirão Preto e, sobretudo por ter me dado tantos amigos que tenho a honra e a alegria de agradecer. Valeu Ribeirão! Valeu amigos em Ribeirão!

Sydnei Ulisses de Melo é suplente de vereador em Ribeirão Preto, consultor das relações de consumo, assessor parlamentar e instrutor de trânsito em atividade na cidade de Aracaju – SE.

Lei seca - a favor da vida

Lei Seca 15.07.08
DIREITO A VIDA


Os hospitais paulistanos tiveram redução de 19% no numero de atendimentos a acidentados, já nas rodovias a redução foi de 45%. O SAMU de Sergipe também registrou queda de 45% nos atendimentos dos primeiros dez dias do mês de julho. Salvador registrou 54% menos acidentes.
A Lei 11.705/2008 que alterou o Código de Trânsito Brasileiro - CTB e passou a ser fiscalizada em 20 de junho de 2008, começa a apresentar os primeiros resultados. Os hábitos estão sendo alterados e aos poucos os condutores vão percebendo a importância desta iniciativa.
Não faltaram críticas em nome da manutenção dos direitos individuais, as manifestações pontuaram em todo o território brasileiro. Algumas defesas curiosas me chamaram a atenção como a preocupação com os usuários de anti-séptico bucal, da ingestão de álcool contido em medicamentos, e até da dificuldade que os padres teriam para dirigir após as missas de domingo.
A polêmica invadiu todos os espaços: lares, escolas, empresas. Como profissional da área tive a oportunidade de ouvir jovens não habilitados criticarem a lei como se estivessem sendo afetados por ela, e talvez estejam mesmo já que 30% dos condutores o fazem sem habilitação.
Equivocadamente chamada de Lei Seca como se alguém estivesse proibido de beber e fazer o que bem entender, o que não espelha a verdade, já que a nova lei exclui apenas o direito de conduzir um veiculo no trânsito brasileiro estando sob efeito de bebidas alcoólicas, as adequações necessárias vão surgindo.
Sabemos que não falta criatividade aos empresários brasileiros que a exemplo do que acontece em países da Europa onde é comum o próprio bar se encarregar do transporte seus clientes, os donos de bares estão tratando de facilitar a vida de quem quer beber. Transporte próprio, convênios com taxistas e motoristas a disposição, aos poucos vão fazendo parte da nova realidade de quem serve bebidas alcoólicas.
O fato é que apesar das manifestações e críticas esta prevalecendo o direito individual a vida, o que temos visto com a redução dos acidentes e conseqüente diminuição do número de vítimas no trânsito. Os ajuste vão acontecer e a lei será aperfeiçoada para que ninguém seja desrespeitado, só não é razoável voltar a estabelecer limites que permitam a ingestão de bebidas como se a reação das pessoas fosse previsível.
Todos sabemos que cada pessoa reage diferentemente a mesma quantidade de bebidas, sendo arriscado e imprevisível supor que 6, 8 (decigramas) ou seja qual for a quantidade de álcool por litro de sangue, possa garantir os mesmos resultados que temos observado nestes dias.
Convencer os motoristas que cinto de segurança salva vidas foi uma árdua caminhada e ainda existem pessoas que insistem em desrespeitar a lei arriscando a própria vida. Conscientizar os condutores da importância de não beber quando for dirigir não será diferente, exigirá a união da sociedade e das autoridades para promover a conscientização e as punições necessárias, tudo a favor da preservação da vida

dicas para compras - dias das mães

dicas - maio de 2008
COMPRAS PARA O DIA DAS MÃES


“Comparar preços, exigir nota fiscal e testar produtos ainda na loja, pode ser um bom começo para evitar aborrecimentos”.

A proximidade do dia das mães sugere euforia no comércio. Vendedores a postos e promoções de toda ordem aguardam os filhos e filhas até as últimas horas do próximo sábado (10).

Comprar bem e não ter problemas pressupõe alguns cuidados básicos que todos os consumidores devem exercitar durante as compras. Estude as opções de presente e procure decidir o que comprar antes de sair de casa.

Como sabemos não há controle e tão pouco tabelamento de preços para nenhum produto, logo, comparar preços em pelo menos três ou quatro lojas pode proporcionar grande economia.

Adequado seria que todos os produtos expostos à venda tivessem afixado o preço para pagamento a vista, infelizmente esta não é a realidade por isso questione o preço para pagamento em dinheiro e pechinche de verdade deixando claro que comprará com o melhor preço. Dê preferência ao pagamento à vista, mas se não for possível discuta os valores que serão acrescidos, lembre-se que pagamento com cartão de crédito para o vencimento é pagamento à vista.

Exija nota ou cupom fiscal, caso venha a ter problema de qualidade do produto será necessário à apresentação da nota para reclamar a garantia. Além do direito a garantia deixar de exigir o documento fiscal permite que o comerciante deixe de pagar os impostos devidos tão importante para a manutenção dos serviços públicos.

Teste o produto sempre que possível ainda na loja. Eletrodomésticos, eletrônicos, celulares, são facilmente testados, evite surpresas desagradáveis. Quando se tratar de roupas, acessórios, calçados, seja cuidadoso e verifique costuras, forros, emendas.

É sempre bom lembrar que o comerciante não está obrigado a efetuar troca de produto comprado na loja, exceto quando houver problema de qualidade e dado o prazo de 30 dias para correção do vicio previsto no Código de Defesa do Consumidor - CDC, mas, o comércio estabelece regras próprias que variam de loja para loja. Se a política de troca não estiver claramente divulgada como em cartazes, por exemplo, solicite ao comerciante que escreva na nota fiscal o critério para troca.

Produtos comprados pela Internet, por catálogos ou na porta de casa, estão sujeitos ao direito de arrependimento podendo o consumidor desistir da compra em até sete dias. Quando receber o produto certifique-se de que está acompanhado da nota fiscal e que consta o endereço do fornecedor para eventual devolução.

Consumidor - avanços necessários

27.04.2008
CUSTO EFETIVO TOTAL

A resolução 3517 do Banco Central que cria a obrigação de informar aos consumidores o custo efetivo total ou custo real da operação sempre que houver crédito contratado ou ofertado, utilizando apenas uma taxa, espelha a Lei Municipal de Ribeirão Preto (10568) que esteve em vigor de outubro de 2005 a meado de 2006.
A visão de vanguarda do vereador Jorge Parada da Câmara Municipal de Ribeirão Preto, autor do primeiro projeto no Brasil a tratar a questão, estimulou a apresentação de projetos nas assembléias legislativas de São Paulo com o Deputado Ítalo Cardoso, Rio de Janeiro com o Deputado Caetano Amado e em Sergipe por autoria da Deputada Conceição Vieira.
Em Ribeirão Preto a Lei foi suspensa por empenho do poder executivo que ao invés de determinar a sua aplicação preferiu ingressar na justiça para suspendê-la. Em Sergipe a Lei foi sancionada pelo Governador Marcelo Deda e partir de agora terá seu cumprimento cobrado pelo legislativo.
Fato é que toda a operação de crédito contratada ou ofertada no território brasileiro está sujeita a obrigação que foi instituída pelo Banco Central. Esperamos que um dos nossos representantes na Câmara Federal tome a iniciativa de propor a alteração necessária na legislação vigente para obrigar todos os segmentos do mercado, não somente os que estão sujeitos ao Banco Central.
Conhecer a taxa que expressa o custo real do empréstimo ou compra a prazo é essencial para que o consumidor perceba quem de fato está cobrando o menor valor pelo crédito independente do número ou valor das parcelas.
Até hoje os consumidores tem sido orientados, nas compras e empréstimos, a questionar quanto de fato ele terá a disposição e qual será o valor da parcela para o mesmo número de prestações. Com a obrigação da informação do custo real o consumidor não precisará mais comparar o número de parcelas e o valor da prestação, podendo se limitar a comparação do valor efetivamente disponibilizado e ao custo efetivo total.
É interessante saber que tal percepção tenha tido origem em uma câmara municipal, agora é torcer que o Banco Central faça a sua parte fiscalizando as instituições financeiras e seus agentes espalhados no comércio.
Infelizmente as posturas que temos visto nos bancos não nos permitem otimismo, vez que estão entre os fornecedores mais reclamados nos órgãos de defesa do consumidor, enfim, resta-nos aguardar a efetividade das normas e o comprometimento do Banco Central em fiscalizar e punir os que deixarem de atender as determinações da resolução.

Exemplo das autoridades


27.04.2008
SOBRE CALÇADAS


A simples parada do veiculo sobre a calçada (tempo mínimo necessário para embarque e desembarque de passageiros) já caracteriza infração de trânsito. Neste caso o motorista pode ser multado em R$ 53,20 com registro de 03 pontos na carteira.
Estacionar sobre a calçada então (parar por tempo superior ao necessário para embarque e desembarque de passageiros), é inconcebível. A penalidade para o motorista também é multa, desta vez de R$ 127,69 e 05 pontos na carteira, neste caso o veiculo pode ser removido como medida administrativa.
Afinal, por que tantos motoristas insistem em estacionar seus veículos nas calçadas desrespeitando os pedestres e as autoridades de trânsito da cidade? O que leva as pessoas a apostarem na impunidade de forma tão flagrante? Neste sábado, 15 de março, observei por alguns minutos um cruzamento da Rua Laranjeiras, interseção de grande movimento com radar fotográfico. Muitos condutores ultrapassaram o semáforo vermelho e serão punidos como manda a Lei, mas o que mais chamou a atenção foi o número de veículos estacionados sobre a calçada.
Suponho que a justificativa para as calçadas tomadas por veículos em alguns locais seja a falta de estacionamento para os comércios, sobretudo numa rua como a Laranjeiras por conta do número de veículos que por ali transitam.
Fato é que parar sobre a calçada ao invés de procurar uma via transversal que seja permitido o estacionamento agride princípios elementares de cidadania. Na medida em que pedestres são obrigados a andar na via para desviar dos carros estacionados correndo risco de ser atropelado, está comprometido a mais importante diretriz do Código de Transito Brasileiro, a segurança.
Surpresa foi ver a passagem pelo local de um agente de trânsito sem se incomodar com os veículos estacionados irregularmente. Penso que acreditar na impunidade e deixar de ser corrigido pelas autoridades é o que assegura a continuidade destas posturas.
Aliás, dias destes, descendo a mesma Rua Laranjeiras, fui obrigado a sair da calçada e andar na via para desviar de um VW Santana da Policia Militar - PM, estacionado sobre o passeio, impedindo a passagem dos pedestres em frente ao prédio da Corregedoria da PM,.
Não haverá mudança de comportamento dos condutores sem campanhas educativas associadas a punições e principalmente bons exemplos.

Política em Ribeirão Preto

25.02.2008

A REVOLTA DE SÃO PEDRO


Pelo menos desta vez a prefeitura de Ribeirão Preto já tem um culpado para a enchente ocorrida na última semana. Segundo afirmação do prefeito Gasparini veiculada na imprensa da cidade: - "São Pedro está revoltado".
Como sempre os atingidos foram os comerciantes da baixada e os moradores da Vila Virginia que, por falta de alternativa, permanecem na região de risco expostos às inundações que continuarão acontecendo, certeza que todos temos.
Acho mesmo que São Pedro esteja revoltado, afinal na última disputa eleitoral não faltou discurso com promessa de solução para o problema. A pratica da política não confirmou o discurso e mais uma vez a população pagou o preço de ter acreditado em promessas.
Creio até que São Pedro esteja se habituando a derramar os grandes volumes de chuva exatamente nos anos em que as promessas são renovadas pelos candidatos ao palácio Rio Branco.
Recordo-me que às vésperas da última eleição municipal o resultado das chuvas foi muito parecido com o que vimos desta vez. Coincidentemente o assunto foi discutido à exaustão pelos concorrentes à Prefeitura.
Gasparini, por exemplo, comanda a cidade pela quarta vez sem dar fim ao drama vivido pelos moradores e comerciantes da região mais baixa. Suponho que vá a quinta disputa condenando a revolta de São Pedro e repetindo a invocação a Deus no seu mais conhecido e repetitivo apelo:
- "Meu Deus do céu".
Se a Prefeitura terá, ou não, novo comandante eu não sei. O que sei, é que, seja quem for, é melhor que parem de subestimar a inteligência dos eleitores.
As enchentes em Ribeirão Preto não vão cessar por diversos motivos: Seja pelo montante de recursos necessários para viabilizar-se as obras de contenção, ou pelo desequilíbrio climático vivenciado em todas as partes do mundo com severas conseqüências, seja pelo volume absurdo de água que se precipita alcançando os córregos da cidade em uma única chuva, como tem acontecido e resultando em inundações.
Está na hora de se promover meios para a remoção das famílias que moram na parte baixa da Vila Virginia, transferindo a população local para uma área de menor risco e poupando-os das sucessivas e traumáticas inundações, independente de investimentos que sejam feitos para solucionar o eterno e trágico problema que expõe Ribeirão Preto.

Consumidor


07.02.2008
QUERO O MEU TROCO


Na segunda-feira de carnaval (04/02) fui ao supermercado G Barbosa da Francisco Porto (grande rede de supermercados de Aracaju), e ao pagar a minha compra percebi que a caixa arredondou o troco a favor do supermercado em 2 centavos.
Questionei o fato e solicitei meu troco exato, recebi como resposta da funcionária que aqueles dois centavos “não a deixaria nem mais rica, nem mais pobre”. Acrescentou ainda que o supermercado cobra de quem estiver no caixa a eventual falta e retém as sobras.
Na terça-feira (05/02), no mesmo supermercado, agora pela falta de um centavo, fui motivo de risos de uma funcionária que recebeu a incumbência de ir atrás do meu centavo como se a minha solicitação fosse por algo que não me pertencia.
Percebo que a prática de arredondar o troco a favor do comerciante não é isolada, vemos isto acontecer todos os dias nos mais diversos seguimentos comerciais. Pois bem, quantos centavos são retidos nos caixas dos comércios pela prática abusiva enraizada na cultura do mercado?
Como estes valores são tributados já que entram informalmente nos caixas, sobretudo dos comércios com grande volume de atendimento como é o caso dos supermercados?
A prática nociva de arredondar o troco a favor do fornecedor atinge especialmente os consumidores de menor renda, o uso de cartões de crédito e débito evitam a cobrança de valores a maior e são comuns entre as pessoas de maior renda, assim, exatamente quem mais precisa é que paga mais pelos produtos nos supermercados quando fazem o pagamento em dinheiro.
No meu caso estava pagando três reais por um produto anunciado em promoção por dois reais e noventa e oito centavos, estando aí o principal abuso que é o de cobrar valor diferente do anunciado comprometendo a correção do preço e clareza da informação, direitos básicos previstos no Código de Defesa do Consumidor - CDC.
Tramita na câmara dos deputados um projeto de lei que deve resolver a questão, a proposta prevê que não havendo a possibilidade de devolver o valor exato do troco o arredondamento deve beneficiar o consumidor, logo se o valor a ser devolvido for dois centavos e não estiver disponível no caixa deve ser devolvido valor maior de acordo com a disponibilidade, sempre favorecendo o cidadão.
Enquanto o projeto não vira lei é importante que nós consumidores sejamos mais exigentes, afinal, não creio que os fornecedores precisem de nossos centavos entrando informalmente como sobras de caixa.
Aos fornecedores vale sugerir que reconsiderem a prática de composição de preços trabalhando com frações que permitam o troco exato, ou ao menos abasteçam seus caixas com moedas de centavos para evitar que os funcionários se preocupem com faltas de caixa evitando constrangimento para trabalhadores e consumidores.

Trânsito


01.02.2008
EXEMPLOS NO TRÂNSITO


Na última semana vimos a polêmica indicação de Amaury Hernandes para integrar o Conselho Estadual de transito de São Paulo, órgão que entre outras prerrogativas julga recursos de multas de trânsito.
O indicado do governador Jose Serra acumula 28 pontos na carteira e alega que não cometeu as infrações, segundo ele a responsabilidade é de outro motorista que comprou seu carro. Destaque-se que Amaury é secretário de trânsito em São José do Rio Preto – SP, e seguramente sabe que quando vendemos um automóvel é importante tirar cópias autenticadas do recibo de venda e protocolar a informação no órgão de transito, transferido a responsabilidade de eventuais multas para o comprador.
Enfim, o caso Amaury serviu especialmente para que passemos a observar a postura dos condutores da frota pública. Não é raro verificarmos viaturas e carros públicos em situação irregular no trânsito das cidades.
Outro dia peguei uma carona com um amigo policial e verifiquei a inexistência do cinto de segurança, questionado quanto a falta não teve dúvida em afirmar: “Isto é carro de polícia rapaz”, como se policial não voasse pelo pára-brisa ou se debatesse dentro do carro.
O Código de Transito Brasileiro – CTB também determina que crianças com idade inferior a 10 anos devem ser conduzidas no banco traseiro com cinto de segurança, no entanto dia desses verifiquei uma viatura da ronda escolar conduzindo criança em pé no banco traseiro, pior exemplo seria impossível.
Viaturas de emergência só estão dispensadas do cumprimento do CTB em situação de atendimento emergencial, com sinal sonoro (sirene) e luminoso ligado, o que assegura a preferência de passagem e parada nas vias. Rigorosamente comum é observar a passagem destas viaturas em semáforos fechados e realizando conversões proibidas como se estivessem liberados para isso.
Fato é que está passada a hora de prefeitos e governadores cobrarem o cumprimento do CTB, sobretudo por seus representantes que conduzem carros oficiais pagos com o dinheiro público.
Podiam começar determinando a participação destes condutores em cursos de direção defensiva, primeiros socorros e legislação, sistematicamente, para que sejam atualizados de suas obrigações, deveres e direitos, independente de terem feito a atualização na renovação da CNH.
Verificamos alguns prefeitos mais dedicados investindo em campanhas educativas, o que vemos com louvor, enquanto muitos motoristas da frota pública maculam o trabalho cometendo infrações descaradas e flagrantes apostando na impunidade e no jeitinho corporativo.

cidadania e trânsito

11/01/2008
cidadania e trânsito
DIÁLOGO COM UM MOTORISTA DE TÁXI


Há algum tempo tenho buscado resposta para a violência no trânsito. Na operação natal de 2007, 196 pessoas morreram nas rodovias federais, infelizmente um recorde macabro pra marcar a década.
Segundo os especialistas de plantão, 90% dos acidentes que vitimaram tantas pessoas no feriado natalino, decorrem da imprudência dos condutores. Registre-se ainda que alguns dos acidentes mais graves ocorreram em rodovias bem sinalizadas e em bom estado (das poucas existentes).
Na quinta-feira (10/01), embarquei em um táxi para um pequeno percurso entre bairros na cidade de Aracaju, não mais que 5 minutos, e fui surpreendido com um dialogo que demonstra um, entre tantos, motivo que faz os números do trânsito alcançar patamares tão alarmantes:
(taxista) Bom dia!
(Eu) Dia!
Passado o endereço o veiculo seguiu, percorrido o primeiro quilometro uma motocicleta saiu do estacionamento sem sinalizar com a luz de seta (mudança de direção) e sem observar o fluxo de veículos na avenida.
O taxista reduziu a marcha, nada muito brusco, pois a velocidade era baixa.
(Eu) Poxa!!!
(Eu) Estes motoqueiros precisam ser mais cautelosos...
(Taxista) É, por isso que quando pega um motorista que está com a frente do carro amassada, a gente joga encima mesmo e ele é obrigado a pagar porque está errado...
(Eu) Não entendi !?!?!?
(Eu) Como assim !?!?!?!
(Eu) O senhor está dizendo que tem motorista que bate de propósito porque o outro está errado, só para incluir o conserto do amassado que já tem no carro?
(Taxista) É, mas o ser humano é assim mesmo...
(Eu)Não meu senhor, isto é coisa de bandido, a humanidade espelha o que queremos que ela espelhe...A humanidade somos nós, eu, o senhor, minha familia, sua familia...
(taxista) Mas eu não faço isso não !!!
(Eu) Ainda bem que com o senhor é diferente, obrigado e seja diferente mesmo, não se esqueça que bater o veiculo de propósito é coisa de gente do mal, viu !?!?!
(Eu) Bom trabalho!.
Sabemos que políticas adequadas de educação, sinalização e fiscalização, podem minorar os problemas do transito nas cidades e nas rodovias, mas com é que se resolve a maldade dos corações, o oportunismo, a corrupção? Sentimentos impregnados no coração do homem.
Penso que devemos refletir sobre o tema, é possível que a solução para reduzir a violência passe por intensos e persistentes trabalhos de humanização e paz a serem desenvolvidos.