domingo, 28 de dezembro de 2008

Consumidor


07.02.2008
QUERO O MEU TROCO


Na segunda-feira de carnaval (04/02) fui ao supermercado G Barbosa da Francisco Porto (grande rede de supermercados de Aracaju), e ao pagar a minha compra percebi que a caixa arredondou o troco a favor do supermercado em 2 centavos.
Questionei o fato e solicitei meu troco exato, recebi como resposta da funcionária que aqueles dois centavos “não a deixaria nem mais rica, nem mais pobre”. Acrescentou ainda que o supermercado cobra de quem estiver no caixa a eventual falta e retém as sobras.
Na terça-feira (05/02), no mesmo supermercado, agora pela falta de um centavo, fui motivo de risos de uma funcionária que recebeu a incumbência de ir atrás do meu centavo como se a minha solicitação fosse por algo que não me pertencia.
Percebo que a prática de arredondar o troco a favor do comerciante não é isolada, vemos isto acontecer todos os dias nos mais diversos seguimentos comerciais. Pois bem, quantos centavos são retidos nos caixas dos comércios pela prática abusiva enraizada na cultura do mercado?
Como estes valores são tributados já que entram informalmente nos caixas, sobretudo dos comércios com grande volume de atendimento como é o caso dos supermercados?
A prática nociva de arredondar o troco a favor do fornecedor atinge especialmente os consumidores de menor renda, o uso de cartões de crédito e débito evitam a cobrança de valores a maior e são comuns entre as pessoas de maior renda, assim, exatamente quem mais precisa é que paga mais pelos produtos nos supermercados quando fazem o pagamento em dinheiro.
No meu caso estava pagando três reais por um produto anunciado em promoção por dois reais e noventa e oito centavos, estando aí o principal abuso que é o de cobrar valor diferente do anunciado comprometendo a correção do preço e clareza da informação, direitos básicos previstos no Código de Defesa do Consumidor - CDC.
Tramita na câmara dos deputados um projeto de lei que deve resolver a questão, a proposta prevê que não havendo a possibilidade de devolver o valor exato do troco o arredondamento deve beneficiar o consumidor, logo se o valor a ser devolvido for dois centavos e não estiver disponível no caixa deve ser devolvido valor maior de acordo com a disponibilidade, sempre favorecendo o cidadão.
Enquanto o projeto não vira lei é importante que nós consumidores sejamos mais exigentes, afinal, não creio que os fornecedores precisem de nossos centavos entrando informalmente como sobras de caixa.
Aos fornecedores vale sugerir que reconsiderem a prática de composição de preços trabalhando com frações que permitam o troco exato, ou ao menos abasteçam seus caixas com moedas de centavos para evitar que os funcionários se preocupem com faltas de caixa evitando constrangimento para trabalhadores e consumidores.

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