sábado, 7 de março de 2015

O ÓBVIO NECESSÁRIO

Assistindo um programa matinal de notícias, ouvi a entrevistada afirmar: “os homens devem conscientizar os seus filhos da importância de não praticar violência contra as mulheres”. Dizia mais, “o filho que presencia a pratica da violência, em algum momento da vida vai repercutir o que presenciou”. A afirmação é óbvia e previsível, mas precisa ser incansavelmente repetida para que tenhamos alguma chance de alterar a realidade que vivemos. Aliás, a educação pelo testemunho, pelo exemplo, é certamente a mais eficaz. Por mais influência que um educando possa sofrer do meio em que vive, dos grupos que frequenta, dos meios de comunicação, da parte podre da internet, certamente será influenciado de forma mais consistente pelos exemplos dados em casa, pelo pai, mãe, irmãos. Só é possível mudar a realidade se começarmos a revolução dentro das nossas casas. A lei da vantagem a qualquer preço e a regra de que os fins justificam os meios, frase atribuída a Nicolau Maquiavel, impregnada no senso comum da sociedade, devem ser extintas das relações humanas. Nossos filhos precisam perceber que é possível ser justo e honesto, e que este sim é o melhor caminho para alcançar o sucesso na condução da família, no sucesso profissional e na qualificação da vida das pessoas. São muitos os cidadãos incomodados com a situação política e social, e parte deles movidos pelo mais sincero sentimento de indignação buscando a correção das injustiças, mas é hipocrisia fechar os olhos para o comprometimento de muitos com a conveniência de que a sensação de caos e crise justifica as piores posturas. Não é raro vermos pessoas as voltas com as soluções fundadas no “jeitinho” conhecido de boa parte da população. Um termômetro interessante do tipo de relação que a sociedade prioriza é o trânsito das cidades. O desrespeito às regras elementares é pratica da maioria dos condutores, assim, a velocidade excessiva, ultrapassagens proibidas, passagem em semáforos fechados e estacionamento em locais proibidos parecem alimentar as vaidades e egos resultando em números absurdos como a morte de mais de seiscentas pessoas por ano só em Sergipe. Há quem acredite que este resultado é problema exclusivo do poder público. Penso que se não assumirmos responsabilidades como individuo, vamos continuar enterrando as nossas vítimas e levando sofrimento a grande número de famílias. Enfim, é primordial que as pessoas sejam chamadas a reavaliar seus valores e especialmente se rendam a práticas capazes de mudar as relações humanas. Gentilezas, respeito a vida e as pessoas, justiça, honestidade, equilíbrio e moderação, precisamos revolucionar os nossos comportamentos para que mulheres deixem de ser violentadas de toda forma, que o trânsito diminua consideravelmente o número de mortes, para que sejamos capazes de formar quadros políticos comprometidos de verdade com o povo e possamos construir um país melhor para os nossos filhos e netos. Sydnei Ulisses é coordenador do Movimento Gentileza Aracaju – www.gentilezaaracaju.amawebs.com

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